sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Carmim

Antes houvesse uma razão qualquer
Para desatar cada pequenino nó
Cada laço, cada vazio espaço
Que com marcas fatais preencheram minha história
Antes houvesse um belo jardim
Todo florido em primavera
Com lírios, violetas, girassóis
E rosas vermelhas assim como nós
Rosas vermelhas como a asa da fênix
Que nesta noite refaz-se das cinzas
Rosas vermelhas como o sangue derramado
No violento rompimento de afecções
Dentre as águas escuras do riacho sinuoso
Torna-se agradável espetáculo
O embalo das cascatas, vermelhas de sangue
Marca infindável de minha existência
Funebremente, ludibria-se os tolos
Que ainda acreditam na liberdade
Não é livre, sequer romântico
É doloroso, obscuro, cruel
As lâminas ferem na carne
As verdades ferem na alma
E por mais que se diga o contrário
Jamais se dirá: "Sou livre"

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