sábado, 29 de dezembro de 2007

Sugestões :)

segue abaixo uma lista de blogs interessantes pra visitar.
bgs ;*

http://playingthedice.weblogger.com.br/
http://www.fotolog.com/x____gloomy http://www.bro-ken.uncontrollable-mind.org/
http://www.nadapopular.blogspot.com/
http://lacerda.vita.zip.net/
http://www.fotolog.com/biiia_g
http://www.fotolog.com/gii_oshiro http://www.myspace.com/sweetly_z
http://paaralyzed.blogspot.com/
http://www.diaryofdreams.limine.net/
http://taasteofink.blogspot.com/
http://www.flipflops.zip.net/
http://www.bela.totalmente.adormecida.zip.net/
http://www.so-far-way.blogspot.com/
http://www.poisonapple.zip.net

E faça-se a luz

Aos olhos, um feixe de luz
Um espelho, um só reflexo
A reflexão, cópia fiel
À reflexão, uma geratriz
A luz do sol, a eletricidade
Espectro indecifrável
Ao feixe de luz, um só destino:
Os olhos perplexos da amada

O piscar de olhos, movimento rápido
Completo em fração de segundo
Completo, ainda que uno
Uno, ainda que lento
Lento, num espaço de tempo
Tempo curto, ainda que nada
E ao feixe de luz, um só destino:
Os olhos perplexos da amada

À amada, o amor fiel
O amor devoto e automático
Comportamento até maquinário
De simples máquinas devotas
Cativas, em devoção forçada
Devotas, ainda que nada
E ao feixe de luz, um só destino:
Os olhos perplexos da amada

Deixe a luz chegar aos olhos
Deixe que chegue até cegá-los
Da cegueira, faça-se a luta
E da luta, a liberdade
A luta, ardente e avante
A morte, ainda que nada
E ao último feixe de luz
Deixe os olhos da amada

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Por falta de postar, postei duas vezes hoje.
Enjoy :)

Industrial

Máquinas não falam. O homem repetiu a sentença pela última vez, a fim de aceitá-la. Tentou, de todas as formas, convencer-se de que enlouquecera, mas não conseguia, apesar de haver tal especulação. Sua cabeça doía. Cansara-se de pensar.

Sentou-se numa cadeira de ferro. Estava inquieto. Pensamentos iam e vinham, embora tentasse evitá-los. Sua mente estava em frangalhos. Acreditava ter entrado em parafuso.

De olhos bem abertos, vermelhos e arregalados, como se não dormisse há séculos, tentou enxergar o movimento ao longe, mas sua visão já não era a mesma. A falta de sono e as horas infindáveis de leitura noturna o deixaram míope, ainda na flor da idade.

Movimentos nervosos, quase involuntários. O tremer do corpo cansado, o pulsar forte nas veias, pressionando seus braços e pernas. Aquela dor que teimava em voltar.

Meio-dia. Hora da ração diária. Comida mal-feita, servida em vasilhas descartáveis de alumínio. Todos comiam como se fosse a última vez. Famintos. Agressivos.

Indivíduos perfeitamente iguais, enfileirados num corredor de metal. Uniformizados. Padronizados. Numerados.

Após a refeição, o mais profundo silêncio. Ouvia-se apenas o som das alavancas. O homem sentiu falta de alguém para conversar. Mas máquinas não falam.

Relatividade

A ríspida solidez do concreto
Mesclada à fragilidade do abstrato
O irreal, o inseguro, o vadio
O fio de pensamento que escapa
O olhar tênue e perdido
De um par de olhos esperançosos
Entre lágrimas salgadas
Entre soluços e lágrimas de mar
O caos que ora vivemos
Escrito e reescrito em pretérito perfeito
No despertar do sonhador, em calmaria
Ao real mundo do ríspido concreto
Num dia, numa hora qualquer
É como se tudo parecesse mudar
E, estranhamente, ao mesmo tempo
Permanecesse sempre imutável
Esferas de luz, ao pôr-do-sol
Lançadas ao céu, provocam cegueira
Nos incrédulos, culpados, sofredores
Nos condenados, ingratos, solitários
Encontros e desencontros
Palavras que não rimam
Tudo foge à regra
Tudo é irreal
Equilíbrio e desequilíbrio
Medo e terror
Destruição de laços eternos
Nada é real

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A mudança.

Às vezes fico pensando. E nesse ofício de pensar remeto-me ao passado, que mesmo tão próximo, ainda deixa espaços, vagas lembranças. Quantas vezes não olhei para trás, pensando no que perdi, mesmo tendo tanto tempo pela frente!

Reflexões como essa me deixam perdida. A capacidade do ser humano em se adaptar a diferentes situações é realmente incrível, mas como sentimos falta do que abandonamos! E mesmo que não seja um abandono completo, mesmo que ainda haja forte elo de ligação, sempre sentimos que deixamos algo à deriva.

A mudança é renovação, e a renovação faz parte da vida. É parte da vida. Peça chave desse grande, enorme quebra-cabeça chamado viver. E é a experiência trazida pela mudança que nos dá a capacidade de esquecer (ou pelo menos fingir) e seguir em frente. A mudança é inevitável. E são inevitáveis também as marcas que trazemos conosco, dentro da lembrança, do coração. Marcas fortes. Marcas eternas.

Mesmo que não tenha sido bom. Mesmo que não tenha valido à pena. Mesmo que tenha sido doloroso a um primeiro momento, ou até por um longo espaço de tempo. Mesmo que tenha sido a pior experiência de nossas vidas, aquilo que tentamos esquecer a todo custo, carregamos conosco. Pelo resto de nossas vidas.

Pelo processo de amadurecimento passam sentimentos e pensamentos como esses. A mudança, a dor, a angústia, a saudade. E quando não vivemos o suficiente para sentir todo isso? A falta, a falta desses sentimentos deixa um imenso vazio.

É preciso voar. É preciso libertar-se das correntes que nos prendem. É preciso conhecer novos caminhos, novas verdades, e julgar por nossos próprios olhos aquilo que nos fará bem ou não. Por isso a necessidade da mudança. Mesmo que doa. Mesmo que faça sofrer. Mesmo que seja ruim. A mudança, diga-se de passagem, é um mal necessário.