quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Relatividade

A ríspida solidez do concreto
Mesclada à fragilidade do abstrato
O irreal, o inseguro, o vadio
O fio de pensamento que escapa
O olhar tênue e perdido
De um par de olhos esperançosos
Entre lágrimas salgadas
Entre soluços e lágrimas de mar
O caos que ora vivemos
Escrito e reescrito em pretérito perfeito
No despertar do sonhador, em calmaria
Ao real mundo do ríspido concreto
Num dia, numa hora qualquer
É como se tudo parecesse mudar
E, estranhamente, ao mesmo tempo
Permanecesse sempre imutável
Esferas de luz, ao pôr-do-sol
Lançadas ao céu, provocam cegueira
Nos incrédulos, culpados, sofredores
Nos condenados, ingratos, solitários
Encontros e desencontros
Palavras que não rimam
Tudo foge à regra
Tudo é irreal
Equilíbrio e desequilíbrio
Medo e terror
Destruição de laços eternos
Nada é real

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