sábado, 29 de dezembro de 2007

E faça-se a luz

Aos olhos, um feixe de luz
Um espelho, um só reflexo
A reflexão, cópia fiel
À reflexão, uma geratriz
A luz do sol, a eletricidade
Espectro indecifrável
Ao feixe de luz, um só destino:
Os olhos perplexos da amada

O piscar de olhos, movimento rápido
Completo em fração de segundo
Completo, ainda que uno
Uno, ainda que lento
Lento, num espaço de tempo
Tempo curto, ainda que nada
E ao feixe de luz, um só destino:
Os olhos perplexos da amada

À amada, o amor fiel
O amor devoto e automático
Comportamento até maquinário
De simples máquinas devotas
Cativas, em devoção forçada
Devotas, ainda que nada
E ao feixe de luz, um só destino:
Os olhos perplexos da amada

Deixe a luz chegar aos olhos
Deixe que chegue até cegá-los
Da cegueira, faça-se a luta
E da luta, a liberdade
A luta, ardente e avante
A morte, ainda que nada
E ao último feixe de luz
Deixe os olhos da amada

Um comentário:

T.M. disse...

Magnifico seus textos deby's!
digno de uma filosofa e jornalista!
implismente perfeito!