quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um filete...

A jovem deitada, lânguida, solta. De lábios e olhos cerrados. Estirada sobre o carpete do apartamento em pleno caos.

Seus pertences pela sala. Seus sapatos de salto alto. Estava descalça, lívida, só.

A janela aberta. A noite caía. A brisa vinda do mar refrescava sua face. Carros passavam, luzes se acendiam, a vida corria, seguindo seu fluxo.

O rádio ligado. Uma única canção. Doce, suave, lírica.

A insistência do vento, a inconstância do momento...

E um filete, um único filete, apenas um filete de lágrima escorria de um de seus olhos. Teimoso, quase seco, mas ainda persistente. Sem destino, sem rumo, sem fim.

Livros abertos, espalhados pelo chão, discos, roupas, jóias. Frascos e frascos de fármacos por toda a parte.

Em sua mão esquerda, um frasco vazio.

6 comentários:

Mia Sara Hannigan disse...

tenho medo de vc se tornar ela...
Lembre que eu te amo, tah bom?
Como sempre mais um texto maravilhoso.
Sabe pq eu gosto? pelo fato de uma cena simples ser descrita de forma perpicaz, seduzindo sutilmente a um desfecho inesperado. Adoro!
bjs

Mia Sara Hannigan disse...

sou uma pessoa mto "perpicaz", né?
hehe
*perspicaz
ah, mas vc entedeu...

Débora. disse...

é, eu 'entedi'
ASHHUSAHUSA
ah, Dami, Dami ♥

Isabella Lima disse...

socorro.
não se torne essa pessoa.

Impressionante o seu dom.
Abraços.

Unknown disse...

Surpreendente, minha irmãzinha!

Sem criatividade disse...

Liindo!